Apesar da forte adesão estrangeira ao evento, foram os nossos tugas que nos encheram de orgulho nas classificações do 1º dia da prova com José Grosso/João Sismeiro a liderar a 1ª Etapa, apesar daqueles pequenos percalços que acontecem como seja um depositosito de combustível roto.Esse facto não foi suficiente para que José Grosso desse uma lição de regularidade no kartódromo do Bombarral onde conduziu o seu BMW 2002 com mãozinhas (e pézinhos) de campeão, sendo o menos penalizado.
A Etapa acabou na Figueira da Foz onde se seguiu um jantarinho simpático com tempo para ainda beber um copo e trocar os habituais "cromos" do dia e onde os popós adormeceram na marginal em parque fechado embalados pelo bater das ondas do mar da Figueira e o soninho guardado por uns simpáticos agentes da PSP enquanto os seus tripulantes retemperavam energias nos não menos simpáticos hotéis daquela bela cidade. É sempre aquela forma agradável de receber que só a Figueira da Foz tem!
Entretanto o primeiro dia foi fundamental para reagrupar a partida para o segundo dia de prova e temos os nossos amigos a sair bem posicionados ao dia de hoje. Parece que as hostilidades vão começar a sério!
Registaram-se já algumas baixas, com um ou outro carro a ficar pelas assistências com problemas mecânicos o que sendo normal neste tipo de prova veio aligeirar a lista de participantes. Este é um Rally duro e desejamos a todos paciência, sorte e que se divirtam muito!!!!
Foram as seguintes as classificações do dia de ontem:
Final da 1ª Etapa
1º Grosso/Sismeiro (BWM 2002), 5,3 pontos;
2º Lareppe/Lambert (Opel Kadett GTE/, 10,5;
3º Pereira/Albino (Renault 5 Turbo), 12,1;
4º Sinel Martins/Fernandes (BMW 2002), 14,7;
5º Bevilacqua/Berardo (Datsun 1600 SSS), 14,8;
6º Nunes/Marques (Alfa Romeo 2000 GTV), 15,5;
7º Villalba/Andreu (Porsche 911), 15,6;
8º Fernandez/Foj (Porsche 911 SC), 16,0;
9º Leitão/Machado (Porsche 911), 17,6;
10º Antunes/Botequilha (Audi Quattro), 18,2.
4 comentários:
Este relato não é dirigido aos impacientes!!
Se eu fosse jornalista e tivesse que escolher um título para a minha revista começaria assim:
O MELHOR RALLYE DO MUNDO
Foi sem dúvida um grande Rallye:
Road book bem desenhado, muito bem medido, percursos míticos, hotéis 5 estrelas, comida do melhor, logística intocável e cronometragem eficaz e em razoável tempo útil.
Por tudo isso a organização está de parabéns !!!
Agora o nosso rally:
Como todos sabem o meu piloto sofreu um acidente onde resultou fractura de ambos os punhos em Janeiro deste ano.
Decidir que íamos ao rally a meio de um processo de recuperação é sempre uma decisão difícil, mas …ele decidiu e eu resolvi apoiar.
Assim em Junho resolvemos aproveitar a promoção a preço baixo e com o apoio da organização fizemos a inscrição condicionada ao resultado cirúrgico a que um dos punhos iria ser submetido a 5 de Julho.
Cirurgia feita e inicio da recuperação, o rapaz lá colocou a mão direita a trabalhar e no dia 4 de Outubro o médico autorizou que a fisioterapia continua-se dentro do carro, a partir do dia 10.
Nós somos veteranos no RPH, por isso sabíamos bem o que nos esperava devido à dureza da prova, que este ano iria ser agravada pelas condições climatéricas e por mais 500 km de percurso.
Muito apreensiva lá me sentei ao lado mas confesso que só pensava como iria ele fazer a Coja, Souto da Ruiva e a dureza do Préstimo.
Não começamos da melhor maneia, uma vez que a ligação para Alcabideche foi muito curta e devido a um acidente penalizamos logo na entrada do troço.
Aí, entramos logo a matar e ultrapassamos 4 carros até nos colocarmos no nosso tempo. Passado o Stress lá seguimos até ao final sem grandes problemas. Final do dia 20º lugar da geral.
Segundo dia, muitos problemas com a aferição, muita desconcentração, muitos gritos dentro do carro , muitas experiencias com o Blunik que estávamos a conhecer e no final muitos pontos.
Terceiro dia, partimos em 8º ou 9º, sem problemas e a meio do percurso de ligação ouvimos um barulho enorme dentro do carro, paramos no inicio do troço. Diagnostico: partiu-se um parafuso do alternador e a bateria não carregava))
Tínhamos 3 minutos para resolver o assunto! Arames, alicate e muita força de braços do meu piloto e lá amarramos o alternador. Partimos a queimar e lá fomos andando de pec em pec apertando os arames.
Á entrada de Lamego paramos na assistência e foi retirado o alternador, colocado o parafuso. Resultado: entrada atrasados 73 segundos na pec de Lamego. Quanto aos braços nunca mais nos lembramos que tinham sido operados em Julho.
Na entrada do parque fechado ouviu-se novamente um barulho e eu não queria acreditar:
O parafuso partiu novamente!!!
Almoçamos muito apreensivos, afinal teríamos que parar novamente para reparar a avaria.
Estratégia:
-Fazer a especial de Lamego e depois tentar recuperar na ligação.
Assim foi.
Mudar o parafuso, partimos rapidamente para a pec sem penalizar. Objectivo alcançado!
Bom, este foi a nossa vida de pec em pec, até que aparecesse bateria compatível para irmos trocando. Mas a noite é madrasta e não perdoa, teríamos que acender as luzes. Resolvemos que não o faríamos. Ligamos ao nosso amigo Pedro Mendes Alves que esperava por nós no fim dos troços e fizemos todas as ligações sem luz colado á sua traseira. Nunca pensei que fosse tão bom andar na traseira de alguém ahaha.
Á entrada do Golfe Montebelo lá estava a dita bateria.
Tínhamos três minutos e foi o que fizemos trocar, sem fixar e entramos nos 30 segundos de tolerância.
Partimos para a noite sem alternador, com uma bateria e com um carregador, mas esquecemos a gasolina ou seja nunca fomos á bomba, gastamos o jarrito de reserva e esquecemos a noite.
Iniciamos o primeiro troço da noite com muito pouca luz nem sei se aquilo eram médios. Não víamos nada fora e dentro do carro, resultado perdidela logo na primeira nota (500metros), iniciamos a recuperação mas sem luz nada a fazer. Objectivo seguir os outros até ao final do troço.
Eu pensava:
-Coragem Susana, tu és uma mulher de fé, Deus não te vai deixar aqui toda a noite no meio do mato. Tens um grande carro, um grande piloto e muitos amigos, alguém virá á tua procura.
Não foi preciso, chegamos ao fim com 380 pontos de penalização que eu pensava que seriam muito mais.
Mais duas pec para cumprir e encadeadas sem espaço para reparações ou outra coisa qualquer.
O piloto:
-Não temos bateria e agora não temos gasolina, faltam 2 troços 14 km!
Temos duas hipóteses, entrar no troço e ir devagar penalizando até ao fim, ou tentar fazer bem e ficar no troço.
Susana:
-Vamos entrar e tentar sair, sem gastar muito combustível e bateria.
Entramos e saímos dos dois troços, penalizando mas muito contentes, estávamos na ligação.
Seguir para a próxima bomba de gasolina que era a 8 km, chegamos, paramos em frente da bomba e o carro sucumbiu!
Xeda-se! Que sorte!!
Seguimos para a assistência e problema resolvido.
O Quarto dia, iniciamos cheios de confiança!
O dia correu muito bem, como em tempos áureos recuperamos muito e fizemos um dia brilhante, cheio de 2, 3, 4 e 5º lugar. Estávamos a andar ao nível dos campeões, só que os estragos eram muitos.
Chegamos ao fim contentes por acabarmos, mas com a sensação de que poderíamos ter feito muito melhor!
Acabar era o primeiro objectivo, o top ten era o segundo.
Para o ano penso que lá estaremos de novo no entanto ainda existe o assunto das penalizações de estrada por resolver uma vez que a partir da pec 27 elas não estão contempladas como já me tinha parecido.
Ontem procedi a soma das 50 pec individualmente nos primeiros 15 classificados, não estão mesmo somadas pelo que as classificações terão obrigatoriamente que ser alteradas.
Fico aguardar o relato dos outros concorrentes, porque afinal o tempo foi tão pouco para a conversa que só aqui nos poderemos encontrar.
Bj e até sempre
Grande Susana!! Grande Paulo!! grande equipa! :)
Enviar um comentário